quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

127 Horas de Danny Boyle entretem, mas não impressiona.

Finalmente assisti o filme tão polêmico de Danny Boyle sobre a história de Aron Raslton, um montanhista de Colorado, EUA, que prende seu braço em uma rocha enquanto praticava a atividade, e por conta disso, precisa amputar seu próprio braço para se ver livre e poder sobreviver.


A história original aconteceu no ano de 2003 e já tinha visto um documentário produzido pela NBC sobre esse rapaz. Não só isso, Aron ficou conhecido o suficiente para render mais que apenas um documentário, tanto que recentemente, você pode encontrar a história em um dos episódios do programa Survivors, no canal Discovery Channel.


Quando soube que Danny Boyle iria digirir um filme contado a história de Aron fiquei bem entusiasmado. Mais entusiasmado ainda, quando soube da polêmica da cena de amputação. Falavam ser uma cena extremamente forte o suficiente para tirar muitas pessoas da sala de cinema.

E claro que eu, que nem gosto de sangue/mortes/zumbis/terror/pokemón, assim que consegui a oportunidade, fui assistir o filme, todo pimpão.

Danny Boyle tem uma característica que acho muito bacana, a diversidade. Afinal, ter "Extermínio", "Transpotting" e "Quem quer ser um milionário?" no mesmo portifólio não é algo que mostre alguma afinidade específica para estilos.

O filme foi feito com maestria, disso não resta dúvidas. Direção impecável, fotografia impecável, trilha sonora impecável. O problema é que são quase uma hora e quarenta minutos de um filme incrível que dão a sensação que passaram-se em 15 minutos.

E nesse caso, isso não é vantagem, é prejuízo.

Foram as 127 horas mais curtas da minha vida, e é isso que perde toda a tensão do filme. Inclusive faz com que a situação perca um pouco da sua gravidade.

Talvez seja porque eu assisti um documentário sensacionalista sobre a história do montanhista, mas senti falta de um drama maior enquanto ele está preso. Senti falta da agonia, da claustrofobia, do tempo que não passa (mesmo com Franco afirmando isso, em alguns momentos do filme). Cade o drama de Transpotting, diretor?!

E outra coisa que achei um pouco estranho na hora da amputação do braço de Aron. Não sei se terá uma versão do diretor sem cortes de cena, mas a a cereja do bolo do filme é bem "malemá". Considerando que Boyle é o mesmo diretor de Extermínio, esperava pelo menos fazer umas caretas vendo a cena, mas nem isso. E porra "make up", usar um fio de nylon como tendão do braço foi foda hein?!

Maaaaas, tirando o roteiro muito linear e ágil (coisa que devia ser mais devagar e agoniante) a direção é impecável. Acho que se o filme fosse um curta-metragem não teria nada pra questionar.

Agora, se fosse indicar esse filme não seria pela maestria de Boyle mas sim, pela atuação de James Franco, porque olha... nem parece que um dia ele foi um fulaninho sem sal da série Homem-Aranha.


Atuação incrível. Muitas vezes é difícil acreditar que ele não viveu aquilo, principalmente nas cenas que aprecem pelo visor da sua câmera (Aron filma alguns momentos de seu drama com uma handycam que carrega na mochila). Ver James naquela situação elevou o garoto para outro patamar, e um patamar onde só se encontra a nata de Hollywood.

Sinto que 127 horas vai potencializar não apenas a fama de galã que o ator tem, mas também tornar Franco o preferidinho dos diretores de Hollywood. Não sou um crânico/expert/crítico em cinema (apesar de gostar muito e colecionar filmes) MAAAASS, na minha experiência, já fazia um tempo que não via um galã com tanta qualidade de atuação.

Sem mais, recomendo que vejam o filme, apesar de um drama mal trabalhado, a direção de Boyle não deixa a desejar e a atuação de Franco entusiasma qualquer amante do cinema. Vale 4 estrelinhas (e uma indicação ao Oscar de melhor ator).

Trailer:

Um comentário:

Bárbara Machado disse...

Estou ansiosa para ver esse filme, ouvi dizer que na pré-estréia tinha gente vomitando (pasme!) na cena da amputação! Pela sua crítica, apesar dos apesares, vale a pena ver.